terça-feira, 30 de agosto de 2011

Enrolados: você vai querer que seus sonhos virem realidade

Aventura e romance, como num bom conto de fadas. E melhor, bem humorado!
Foto: Divulgação/Disney
Que menina nunca sonhou ser Rapunzel só por causa do cabelão? Com certeza as meninas que conheceram a Rapunzel (2010) da Disney  tem um imaginário diferente do eu e muita gente teve. Mais do que lindos, os 21 metros de cabelo são úteis, dá para pular, brincar, balançar e o que se imaginar, porque o cabelo é mágico! Muito mais instigante do que aquele que só serve para uma trança para subir e descer da torre. Nada melhor para comemorar a marca de 50 animações da Disney, um remake muito bem feito do conto de fadas. Assisti no cinema e mais duas vezes. Posso assistir muito mais. E falar bem mais ainda! 

Uma novidade na história é que o príncipe encantado sai de cena e entra um ladrão em fuga. A substituição é bem mais condizente com a realidade dos homens de hoje. Brincadeira. Mas é bom as meninas saberem que príncipes encantados não existem! E que isso não quer dizer que um rapaz mau (que se revela apenas incompreendido e sonhador) pode sim se transformar com o amor. Que lindo. Ele é o passaporte de Rapunzel para o mundo, afinal ela escondeu a coroa que ele roubou do palácio e a princesa promete devolver se ele a levar para ver as lanternas que voam pelo céu todos os anos.

Flynn Ryder tem um ar cômico e é dublado no Brasil por Luciano Huck. Não gosto muito dele, mas ficou bom na dublagem. Aliás, legendado ainda não assisti por não conseguir ver sozinha, porque geralmente não tenho apoiadores. Mandy Moore dubla Rapunzel em inglês, o que já vale as músicas do filme. Aos que são contra a dublagem sugiro que leiam o artigo de Pablo Villaça sobre os malefícios da dublagem.

Personagens coadjuvantes que fazem toda a diferença, e são indispensáveis em animações infantis, são os animais engraçados. Neste caso, temos o grande amigo de Rapunzel, Pascal, um camaleão simpático que muda de cor em cada situação. Pascal é companheiro da princesa que vive presa na torre. Sem ter com quem conversar ou brincar além, da mãe (uma bruxa que a roubou para usar os poderes do cabelo mágico, que se forem cortados perdem o poder). Temos também o cavalo Maximus, sério e eficiente, que recebe a missão de capturar Fynn, mas amolece ao conhecer a princesa. Eles proporcionam aqueles elementos engraçados e rápidos, os famosos "ah!" ou "haha!" curtinhos no meio do filme e que, é claro, como qualquer detalhe fazem diferença. 

Divulgação/Disney
Aliás, Enrolados é também um filme para adultos. É uma oportunidade de rever conceitos e deixar que as novidades da trama baguncem os padrões do conto já concebidos na infância. Nada melhor do que ter novas ideias. O filme tem cenários dignos de conto de fadas e passagens musicais que o tornam ainda mais divertido. É uma animação no sentido literal da palavra. Mas como fã do gênero, sou suspeita.

Destaque para a personalidade de Rapunzel. Ela cresceu sem saber que era princesa, fazendo trabalhos domésticos e artísticos, mas sem perder o sonho de conhecer o "perigoso mundo" de fora da torre. Mesmo assim é corajosa para capturar Flynn e se aventurar pelo desconhecido. Fica evidente que ela sofre por desobedecer a mãe com variações de "Eu sou uma filha horrível" e "Eu amo ser livre". Ela é apenas uma adolescente querendo descobrir o que são as luzes que vê todos os anos em seu aniversário. Rapunzel é curiosa e mesmo com medo e aflição por ir contra os ensinamentos da mãe, confia em um desconhecido para realizar seu sonho.

Divulgação/Disney
Poderia analisar muitos detalhes da história. Mas são tantos que teria que dividir em capítulos. Enrolados estimula o espectador a se aventurar na vida para buscar a realização de seus sonhos. Se os contos de fada criam sonhos e imaginários, este filme faz você ir atrás deles. Fica o desafio para você. Assista, reflita e imagine! Aliás, "Se enrole todo"!



domingo, 28 de agosto de 2011

Peter Pan: a realidade dentro da fantasia

A curiosidade é o motor da imaginação. 
Foto: Divulgação
Peter Pan é uma das histórias que envolvem mais a imaginação. A gravação de 2003 é baseada na peça escrita por James Matthew Barrie, em 1904, sobre um menino que não cresce nunca e leva Wendy e seus irmãos para a Terra do Nunca, onde existem piratas, índios e aventuras. A trama é conhecida pelo mundo todo e muitos já assistiram a diversas versões, seja em animação ou não. A questão que quero abordar nesse comentário é sobre a realidade e o imaginário apresentados no filme.

"Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. É uma vitória secreta, sem testemunhas. O adversário somos nós mesmos" A frase de Martha Medeiros faz sentido junto ao que é dito no início no filme: "todas as crianças crescem, menos uma, Peter Pan". A história é mais de Wendy do que do menino. Afinal, quem passa pelas transformações do crescimento é ela. Muitos elementos, os que fazem o filme ser tão atraente, são imaginários, não existem, como a Terra a Nunca, fadas, crianças que podem voar com o pó mágico e pular em nuvens de algodão (será?).  

É interessante perceber Wendy adaptando os contos de fada para aventuras enquanto brinca com os meninos menores. Ela diz: "E Cinderela saiu voando para longe de tudo o que é feio e vulgar e foi para o baile [...] lutou cotra o pirata e, a corajosa Ciderela, resolveu tudo com um revólver". Imagine a cena! Mas no fim, volta ao enredo original do conto, e ela fica com o príncipe. Com 13 anos, está sendo vista como uma pequena moça em idade para procurar um futuro marido. Ao mesmo tempo, ainda é muito menina e começa a conhecer o amor, não correspondido por Peter, que não sabe o que é este sentimento. 

É curioso que os "meninos perdidos", que vivem na Terra do Nunca, pedem para ela ser a mãe deles. Wendy passa pela emoção da paixão, do sonho (dança com Peter voando cercada das pequenas luzes das fadas) e da incompreensão por ele não amá-la, afinal, ele é uma criança e, como diz o narrador, "o que perturba um adulto nunca perturbará uma criança".

Sininho "era tão pequena só sentia um sentimento de cada vez. Se sentia ciúmes era má, se tinha arrependimento, fazia o bem. Tem até um momento de "castigo", quando quase morre por ter bebido o veneno sem antídoto que o Capitão Gancho preparou para Peter. Acredito até que Sininho seja apaixonada por Peter, formando um triângulo amoroso, situação comum na realidade.

Duas frases que marcaram: "Morrer será uma enorme aventura", desafia Peter, quando Gancho está prestes a matá-lo e "Viver seria uma incrível aventura", diz o menino, em tom de lamento, ao ver que não teria uma família como a de Wendy, os irmãos e os meninos perdidos, que foram adotados por eles. É aquela máxima de que não se pode ter tudo. Ou se vive no mundo da fantasia, com aventuras e mágica, ou na realidade, com uma família e o amor dos pais e dos irmãos. 

Assistir Peter Pan (2003) é abrir a mente para uma aventura digna de sonho. Um mundo que permeia o imaginário de crianças e adultos por todo o planeta e que é coletivo por mérito da arte do Cinema. Quem nunca pensou em ter Sininho como amiga? Em lutar contra o Capitão Gancho e voar com Peter Pan? Nos imaginário todos fomos Wendy alguma vez, dividida entre a realidade e a fantasia. Mesmo no mundo mágico existe o mal, por isso as crianças decidem voltar e acabar com a aflição dos pais, que vivem a esperar os filhos perdidos no parapeito da janela. 

O filme termina, Peter desaparece, as letras sobem e fica aquela sensação de que é possível acreditar em fadas e voar tendo sentimentos bons, mesmo que apenas em sonhos. Mas vale lembrar que quando acabam os sonhos é preciso voltar para a realidade.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma trama de perder os parafusos

Cidade estranha, aqueles que são mais próximos de você não te reconhecem. 
E ainda querem te matar.
Foto: Divulgação.

O que você faria se acordasse e tudo o que você conhece como parte da sua vida não lhe pertence mais? Família, trabalho, carreira, projetos, cidade. E o pior, alguém assumiu seu lugar. Isso é o que acontece com o Dr. Martin Harris (Liam Neeson) em Desconhecido (Unknown), 2011. O cientista acorda depois de um acidente em Berlim e se vê perdido e ainda sendo perseguido por misteriosos assassinos. É um filme cheio de mistério e dúvidas, com 113 minutos de suspense. Aborda questões éticas e de espionagem industrial em relação a descobertas científicas.

É aquele filme que você só entende no final e fica pensando "como não imaginei isso antes"? Qualquer detalhe perdido faz diferença. Bom para assistir acompanhado e ir conversando sobre a trama. Reviravoltas, esquemas, planos e, é claro, algumas mortes: elementos de um bom suspense. Ah! E, é claro, tem um clima de romance, mas nada que estrague para os que não gostam de breguices. 

A parte sobre a ciência também é bastante interessante e faz pensar se realmente aquele novo alimento é possível e, ao mesmo tempo, "por que não inventam isso logo para acabar com a fome no mundo"? Li na web que Unknown tem o mesmo enredo de Taken, apenas mudando de cenário, o último se passa em Paris, mas como ainda não assisti a este, não posso confirmar.

Quando a polícia não acredita em você e ainda acham que você está louco, parece ser o fim do mundo. O espectador é envolvido num clima de dúvida. É o tipo de filme que gosto, que fico me imaginando na situação das personagens. A opinião sobre o caráter dos envolvidos vai mudando ao longo do filme. Faz tempo que assisti e ainda lembro que fiquei agitada pelas revelações e desdobramentos. Não vou contar o final para não estragar, apesar da vontade e de ter o que dizer. Não sei se a história poderia acontecer na vida real, mas se a arte imita a vida, vale assistir, imaginar, refletir e tirar as próprias conclusões.

Ser desconhecido nos dias de hoje é díficil, com Twitter, Facebook e afins. Todo mundo tem uma vida registrada na Internet (o que também conseguiu ser alterado na vida de Dr. Harris). O conceito de "conhecido" é comumente confundido por "famoso". Eu sou conhecida pelos meus amigos pessoalmente e virtualmente e eles sabem, assim como sei deles, parte da vida, profissão, preferências... Mas se um dia ninguém mais soubesse quem sou, me (re)conhecesse e ainda alguém tomasse meu lugar e vivesse minha vida, acho que perderia meu último parafuso.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um matador especialmente para você

"Quem você gostaria de ver morto? Eu mato para você" 
Foto: Worldwide SPE Acquisitions Inc.
Muitos tiros. Para quem gosta A Lista (The Hit List), 2011, é uma boa opção. Poderia ser um bang-bang moderno, mas os tiros praticamente vêm todos de um lado só. Allan Campbell (Cole Hauser) em um verdadeiro bad day conhece Jonas Arbor (Cuba Gooding Jr.) que se apresenta como um matador profissional. Estimulado, Allan faz sua lista de cinco pessoas que gostaria de ver mortas. Bêbado, vai ao banheiro e quando volta o novo amigo sumiu com a lista. No dia seguinte, os assassinatos começam e o filme se desenrola com Allan tentando conter Jonas.

É de assustar a frieza de Jonas. Sem demonstrar nenhuma emoção ou reação. A mesma expressão o filme todo deixa o espectador esperando o momento em que ele vai revelar se tem um coração. A cada morte a situação vai saindo do controle. Allan está arrependido de ter feito a lista e não quer que aquelas pessoas morram. Mesmo que não seja o assassino, ele é o mandante, mas acaba virando refém de Jonas, um ex-agente militar do governo que sofre com uma doença causada por urânio empobrecido.

Jonas é incontrolável. Nada o faz parar. A lista foi feita e será cumprida. Apenas Allan pode impedí-lo e falar não basta. O filme mostra ainda o infinito combate entre polícia local e agentes especiais pelo comando do caso. Jonas havia desaparecido e está morrendo, dá a entender que o próprio governo quer aproveitar e pôr um fim  na vida do homem. Para o detetive da polícia é um quebra-cabeças a ser decifrado.

A Lista me prendeu numa tarde de domingo e  impressionou apenas pelos tiros e armas inacabáveis. Fiquei com a questão na mente: "Eu gostaria de ver alguém morto"? Decidi que não. Acredito que a intenção era trazer à tona uma discussão sobre a falta de apoio psicológico aos agentes do governo norte americano ou sobre o urânio empobrecido que, pelo que o personagem diz, se acredita que não traz danos à saúde. Não deu certo. A questão fica escondida atrás das cápsulas mergulhadas em sangue.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

♫ E os caminhos nos trouxeram para este lugar ♪

Há um mundo por fora e um mundo por dentro de cada um.
O que eu vejo não é o mesmo que você vê.

A objetividade inalcançável que os jornalistas sempre perseguem (ou supõe-se que o fazem ou ao menos tentam) é deixada de lado pelo Cinema quando romanceia uma história. Aliás, quando decide transformar em filme uma história real. É semelhante ao Jornalismo de TV que usa imagens que representam a realidade. Poderíamos pensar pela lógica de que sabemos que o Cinema é ficção mesmo quando a base da história é verdadeira e o jornalismo não, deve ser totalmente real.

Em "A Caçada" (2007) ouvimos a frase "o jornal também publica horóscopo, e você acredita nele?". O leitor/telespectador médio ainda duvida e questiona determinadas histórias e coisas da mídia, mas o Cinema está acima de qualquer suspeita, porque não se apresenta como real. É ficção, projeção. Por isso a televisão precisa ser tão massiva e repetir inúmeras vezes as mesmas imagens, para também acreditarmos nela. Escutamos e falamos expressões como "Eu vi na TV, é verdade" ou "Eu vi um filme impressionante de uma história real" (geralmente com o pleonasmo "fato real" no lugar), como se ambos recebessem o mesmo peso, o mesmo significado.

O Cinema cria simulacros da realidade para representá-la, enquanto o Jornalismo, para reportar a realidade, é obrigado a usar representações (imagem/palavra/som) criando também esses simulacros. Imagens não são a realidade mesmo que a mostre. Imagem é representação. E como qualquer representação tem seus atores, edições e cortes para melhor se adaptar à tela. Do mesmo modo, a publicidade muitas vezes cria uma ficção para que o receptor acredite que terá aquela realidade se obtiver ou consumir determinado produto.

O fato é que vivemos cercados de representações e as consideramos como nossas realidades. Usamos redes sociais e de troca de mensagens nas quais não chamamos mais as fotos de fotos, mas sim de Avatares. Um Avatar, segundo a religião Hindu, é uma encarnação de um ser divino. Para James Cameron, Avatar é um ser que recria outro e que vive através do controle mental de um humano e que ainda lhe rendeu milhões de dólares. Para mim, Avatar é minha foto no Twitter. Só aqui temos três verdades sobre uma palavra. Imagine quantas verdades existem para os fatos que, de maneira simplista, acreditamos naquela que vemos na mídia.

Completando a música do título, esse é o nosso mundo em comum, e "aqui vamos ficar; amar, viver, lutar; até tudo acabar..." ♪♫ lere lerê ih!

Sorte ou talento?

Quando o trabalho é uma questão de sobrevivência
Foto: Movies.ign.com
A Caçada é aquele tipo de filme que quando termina eu penso "bah..." e fico tentando organizar todas as informações, cenas, observações e começo a viajar nas minhas ideias enquanto ainda sobem os créditos (viagem que você vai poder ler no próximo post). Gostei. Fala de jornalismo, fala de televisão, fala de guerra, fala de amor e fala de coisas que não aconteceram realmente. O Cinema e sua licença poética.

A história é real, com adaptações, baseada no artigo What I Did on My Summer Vacation disponível aqui (para quem lê em inglês e tem tempo de sobra, porque é longo!). Começa com uma frase convidativa e desafiadora "Apenas as partes mais absurdas dessa história são verdadeiras". Três jornalistas, que eram originalmente cinco, em uma busca por um dos criminosos de guerra mais procurados, ou nem tanto assim, da Bósnia em 1999.

O personagem principal, Simon Hunt, interpretado por Richard Gere, é um consagrado correspondente até surtar ao vivo depois de um dia difícil, em 1994. É demitido e passa a levar uma vida de freelancer viajando a cada fronteira ou trincheira que encontra, para encontrar uma grande história, sem sucesso. Enquanto isso seu parceiro, o cinegrafista Duck, representado por Terrence Howard, é promovido para trabalhos mais leves e menos estressantes em New York. Quando se reencontram, surge a chama dos velhos tempos e junto com o filho do vice-presidente da emissora, um jornalista recém-formado, o trio vai atrás de uma entrevista com o Raposa, apelido de Radovan Karadzic.

Em meio aos tiros e perseguições Hunt explica a Duck porque o amigo aceitou gravar a reportagem dele: "Arriscar a vida é viver de verdade. O resto é televisão", apenas um exemplo do humor irônico empregado no filme. Hunt  não quer a entrevista apenas, quer capturar o criminoso que está facilmente ao alcance de CIA, ONU e OTAN, pela recompensa de US$ 5 bilhões. Ele está no fundo do poço. O grupo encara a aventura e corre risco de morte, até chegar... Não vou contar o final, é claro.

É um filme que nos deixa surpresos e reflexivos sobre a possibilidade da conivência de organizações de combate aos crimes internacionais e, principalmente, contra a humanidade, em permitir a liberdade dos responsáveis por milhões de mortes. Um grande destaque é a amizade, a cumplicidade e a importância do trabalho em equipe, entre repórter e cinegrafista. Mas não acredite em tudo, afinal, quem conta um conto...

Se você gosta de filmes sobre guerras ou jornalismo de guerra, recomendo. 

terça-feira, 17 de maio de 2011

♪♫ Eu vejo o futuro repetir o passado ♪♫

Têm coisas que a tecnologia não substitui. 
Foto: Divulgação.

Eu, Robô e Eu, Atrasada. O filme é de 2004 e só consegui assisti-lo todo esse fim de semana. Sim, já tinha começado a ver por três vezes, mas, por diversos motivos, nunca passava da primeira meia hora. E eu tinha curiosidade porque li em algum lugar que era um filme ruim. Não achei. Não é tudo, aquele que quando termina a gente diz "que filme!", mas tem o seu valor.

O que me chamou mais a atenção foi o AllStar de Spooner, personagem de Will Smith. Claro que não chamou mais atenção do que as cenas dele sem camisa ou só de cueca... Porém, é interessante observar que não é apenas uma propaganda da marca considerada "retrô" em 2032, época em que se passa o filme. AllStar já é consagrado hoje e há muito tempo. Aparece em mais de uma cena e os personagens fazem comentários sobre ele. 

A avó e o chefe de Spoon percebem a "estrela" e ele sofre ao ver o tênis sujo depois do acidente. Há quem diga que "AllStar bom é AllStar sujo", mas acho que é brasileirismo, porque Spoon pareceu bem preocupado com a limpeza

Isso faz sentido porque o detetive é claramente contra os robôs. Desse modo, tudo o que é básico e sem tecnologia combina com ele. O tênis na trama é mais que acessório. É conceito. Assim como AllStar é mais que um tênis, é uma definição de estilo. Mesmo que quem o use não tenha estilo, agrega valor. 

Mesmo que todo mundo já tenha visto, recomendo.