Aventura e romance, como num bom conto de fadas. E melhor, bem humorado! Foto: Divulgação/Disney |
Que menina nunca sonhou ser Rapunzel só por causa do cabelão? Com certeza as meninas que conheceram a Rapunzel (2010) da Disney tem um imaginário diferente do eu e muita gente teve. Mais do que lindos, os 21 metros de cabelo são úteis, dá para pular, brincar, balançar e o que se imaginar, porque o cabelo é mágico! Muito mais instigante do que aquele que só serve para uma trança para subir e descer da torre. Nada melhor para comemorar a marca de 50 animações da Disney, um remake muito bem feito do conto de fadas. Assisti no cinema e mais duas vezes. Posso assistir muito mais. E falar bem mais ainda!
Uma novidade na história é que o príncipe encantado sai de cena e entra um ladrão em fuga. A substituição é bem mais condizente com a realidade dos homens de hoje. Brincadeira. Mas é bom as meninas saberem que príncipes encantados não existem! E que isso não quer dizer que um rapaz mau (que se revela apenas incompreendido e sonhador) pode sim se transformar com o amor. Que lindo. Ele é o passaporte de Rapunzel para o mundo, afinal ela escondeu a coroa que ele roubou do palácio e a princesa promete devolver se ele a levar para ver as lanternas que voam pelo céu todos os anos.
Flynn Ryder tem um ar cômico e é dublado no Brasil por Luciano Huck. Não gosto muito dele, mas ficou bom na dublagem. Aliás, legendado ainda não assisti por não conseguir ver sozinha, porque geralmente não tenho apoiadores. Mandy Moore dubla Rapunzel em inglês, o que já vale as músicas do filme. Aos que são contra a dublagem sugiro que leiam o artigo de Pablo Villaça sobre os malefícios da dublagem.
Personagens coadjuvantes que fazem toda a diferença, e são indispensáveis em animações infantis, são os animais engraçados. Neste caso, temos o grande amigo de Rapunzel, Pascal, um camaleão simpático que muda de cor em cada situação. Pascal é companheiro da princesa que vive presa na torre. Sem ter com quem conversar ou brincar além, da mãe (uma bruxa que a roubou para usar os poderes do cabelo mágico, que se forem cortados perdem o poder). Temos também o cavalo Maximus, sério e eficiente, que recebe a missão de capturar Fynn, mas amolece ao conhecer a princesa. Eles proporcionam aqueles elementos engraçados e rápidos, os famosos "ah!" ou "haha!" curtinhos no meio do filme e que, é claro, como qualquer detalhe fazem diferença.
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Aliás, Enrolados é também um filme para adultos. É uma oportunidade de rever conceitos e deixar que as novidades da trama baguncem os padrões do conto já concebidos na infância. Nada melhor do que ter novas ideias. O filme tem cenários dignos de conto de fadas e passagens musicais que o tornam ainda mais divertido. É uma animação no sentido literal da palavra. Mas como fã do gênero, sou suspeita.
Destaque para a personalidade de Rapunzel. Ela cresceu sem saber que era princesa, fazendo trabalhos domésticos e artísticos, mas sem perder o sonho de conhecer o "perigoso mundo" de fora da torre. Mesmo assim é corajosa para capturar Flynn e se aventurar pelo desconhecido. Fica evidente que ela sofre por desobedecer a mãe com variações de "Eu sou uma filha horrível" e "Eu amo ser livre". Ela é apenas uma adolescente querendo descobrir o que são as luzes que vê todos os anos em seu aniversário. Rapunzel é curiosa e mesmo com medo e aflição por ir contra os ensinamentos da mãe, confia em um desconhecido para realizar seu sonho.
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Poderia analisar muitos detalhes da história. Mas são tantos que teria que dividir em capítulos. Enrolados estimula o espectador a se aventurar na vida para buscar a realização de seus sonhos. Se os contos de fada criam sonhos e imaginários, este filme faz você ir atrás deles. Fica o desafio para você. Assista, reflita e imagine! Aliás, "Se enrole todo"!